Sente, eu estava precisando conversar com você. Precisar talvez não seja a palavra certa, não sei dizer o que é isso, desejo ou necessidade, curiosidade ou vontade, mas você sabe como eu sou, curuminha, oscilante, vacilante, inseguro e impreciso.
Sente, para conversarmos. É por isso que a chamei, curuminha. Mas, engraçado, não sei que lugar é esse, muito menos o que é que eu tanto tinha para falar. Na verdade, talvez eu não tenha nada a dizer, mas ao mesmo tempo tenho tanto para contar. Uma conversa sem palavras, mas não aquele tipo de diálogo silencioso em que as pessoas se entendem instintivamente, a mão imóvel falando carícias ao rosto angustiado. Não, não é esse sonho romântico a que me refiro, curuminha, mas a uma conversa vazia, sem fala, sem palavras, sem tema, sem o que dizer, uma comunicação falha, que acaba antes de começar, uma implosão de sentidos. O silêncio sussurrando, um lenço branco numa nevasca, branco sobre branco.
Mas as coisas têm nome, curuminha. E se a chamo para nada dizer, para dar voltas incompletas e descentradas, se curvo o pensamento sem chegar a lugar algum, se espiralo em torno de você, bailarino na catástrofe, é porque assim faço o contorno da sua presença no ar, desenho um corpo para me fazer companhia e, pelo menos enquanto escrevo, aplaco a ausência e faço de conta que há solidão há muito já se foi. Só que a escrita termina, a tinta acaba, o dedo cansa, e eu tenho que voltar a dormir, dormir e sonhar com um texto infinito, em que eu esteja sempre recriando você, curuminha. Dormir para sonhar o impossível, e depois apagá-lo.
Sente, para conversarmos. É por isso que a chamei, curuminha. Mas, engraçado, não sei que lugar é esse, muito menos o que é que eu tanto tinha para falar. Na verdade, talvez eu não tenha nada a dizer, mas ao mesmo tempo tenho tanto para contar. Uma conversa sem palavras, mas não aquele tipo de diálogo silencioso em que as pessoas se entendem instintivamente, a mão imóvel falando carícias ao rosto angustiado. Não, não é esse sonho romântico a que me refiro, curuminha, mas a uma conversa vazia, sem fala, sem palavras, sem tema, sem o que dizer, uma comunicação falha, que acaba antes de começar, uma implosão de sentidos. O silêncio sussurrando, um lenço branco numa nevasca, branco sobre branco.
Mas as coisas têm nome, curuminha. E se a chamo para nada dizer, para dar voltas incompletas e descentradas, se curvo o pensamento sem chegar a lugar algum, se espiralo em torno de você, bailarino na catástrofe, é porque assim faço o contorno da sua presença no ar, desenho um corpo para me fazer companhia e, pelo menos enquanto escrevo, aplaco a ausência e faço de conta que há solidão há muito já se foi. Só que a escrita termina, a tinta acaba, o dedo cansa, e eu tenho que voltar a dormir, dormir e sonhar com um texto infinito, em que eu esteja sempre recriando você, curuminha. Dormir para sonhar o impossível, e depois apagá-lo.
1 comment:
você contrasta bem as coisas.
fica um tanto sweet'n'sour.
aliás,
você aparenta ser assim...
'dormir pra sonhar o impossível e depois apagá-lo.'
uau.
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