Tuesday, May 31, 2005

David lynchou minha mente

Resultados da maratona David Lynch de filmes:
"Essa é uma jaqueta de couro de cobra. Ela representa minha individualiade e minha crença na liberdade pessoal"
"Agora está escuro"
"Bata em mim!"
"Eu não tive orientação materna ou paterna"
"Mantenha-se vivo por amor a Van Gogh"
"O medo mata a mente"
"Não nos conhecemos de algum outro lugar?"
"In dreams I walk with you"
"She wore bluuuuuuuue velvet"
"Love me tender" (cantada com o nariz quebrado em cima de um capô de carro)


Resultados de conversas filosóficas + icekiss:

"De acordo com a mecânica newtoniana, a vida é doce e gostosa" (em parceria com raphael)

Sunday, May 29, 2005

Jobim me surpreende pela manhã

Água de Beber
(Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Morais)

Eu quis amar mas tive medo
E quis salvar meu coração
Mas o amor sabe um segredo
O medo pode matar o coração
Água de beber
Água de beber, camará
Eu nunca fiz coisa tão certa
Entrei pra escola do perdão
A minha casa vive aberta
Abri todas as portas do coração
Eu sempre tive uma certeza
Que só me deu desilusão
É que o amor é uma tristeza
Muita mágoa demais
Para um coração.


Alguém sabe o endereço dessa "escola do perdão"?

Que tal um pouco de felicidade?

AUTO- CENSURADO. ME RESERVO O DIREITO DE NÃO DAR EXPLICAÇÕES.

O que eu escrevo cada vez me faz mais sentido:

Felicidade então pra nós seria

Se a chama fosse fria,
Se o risco não houvesse,
Se voar fosse possível,
Se cair não machucasse,
Se a luz fosse verdade,
E a comunhão existisse,
Felicidade então pra nós seria
Mais que vontade.

Mas meu coração se queima em incêndios,
Vende a alma na loteria,
Voa prevendo a queda,
Cai no chão como se não houvesse,
Enche-se de escuridão
E à noite dorme sozinho.
Felicidade então pra nós será
Apenas vontade.

Wednesday, May 25, 2005

O astronauta vesgo

Começar a pagar as promessas. Não vou comentar o poema "Esse nosso velho amigo, o tempo" hoje não. Mais tarde eu faço pose de crítico literário ou de intelectual problemático. Por agora, um pouco de sessão retrô. Taí um poema que talvez seja o melhor que eu já escrevi até hoje. Claro que eu não percebi isso durante um tempão, apesar de um amigo letrado ter me apontado ele como um dos meus melhores. Ele tem uma simplicidade jocosa meio José Paulo Paes (foi influência direta) com uma reflexão interessante sobre a vida. É o máximo que consigo dizer sobre ele agora. Curtam.


O astronauta vesgo

Gagárin não viu,
mas o mundo gira torto.
É a obliquidade da alma
que faz todo homem coxo.

Monday, May 23, 2005

Onde andará Mr. Despair?

A primeira vez que vi Mr. Despair ele estava sentado na cadeira giratória do meu quarto. É claro que naquela época meu quarto não tinha poltrona giratória, mas lá estava ele. Eu tinha acabado de chegar de uma festa, a escuridão da madrugada não me deixava divisar o rosto dele, só suas longas pernas apoiadas na minha cama tinham relevo. A pouca luz que as janelas do meu quarto deixavam entrar me descotinava um pedaço de ombro nu.
Quando penso em Mr. Despair, imagino logo seus pés e seu ombro, singelo ombro. Sua presença era uma nuvem quente que ocupava meu quarto. Ele não iria sair de lá. Um suspiro longo confirmou sua presença, e o barulho sutil de uma garrafa sendo erguida do chão delatou seu gesto. Um gole longo, a nuvem quente se espessou.
Fechei a porta devagar, como sempre faço, e minha mão já quase estava no interruptor do ventilador de teto quando ele falou:
- Não ligue, por favor. Está bem assim.
A voz de Mr. Despair não soou rouca, profunda, áspera ou de qualquer modo calejada. Era uma voz suave, porém forte, e a nuvem quente se tornou ácida com seu hálito. Era uma voz cultivada para a mansidão, que se ouvia pouco, guardando-se para as horas certas: gritos alucinados, risadas contidas, e confissões ao pé do ouvido.
Tirei minha camisa, meus tênis, minhas meias, com a pressa e embriaguez de um fim de noite. Sentei-me na cama, encostei-me nas amolfadas, uma perna jogada para fora, a cabeça recostada num dos braços. Comecei a fechar os olhos, descansar a vista, para poder me acostumar àquela escuridão.
Minhas janelas vacilaram e a luz da madrugada começava a romper a aura de sombras de Mr. Despair. Vi seu rosto: firme, sólido, resoluto. Os olhos me feriram ao refletir a luz. Eram de uma cor que só a escuridão saberia dizer. Seu tronco estava nu, e era de poucos pêlos. A garrafa era uma vodca barata.
A nuvem quente me obrigou tirar minhas calças e ficar nu. Deitei, a madrugada começava a pesar nos meus olhos. Mr. Despair se despediu suspirando:
- Está certo. Podemos começar.



Vladimir lê: Onde andará Dulce Veiga?, de Caio Fernando Abreu.

Friday, May 20, 2005

Yes, I'm Mad About You!

The Final Frontier
(Anita Baker)

Tell me why
I love you like I do,
Tell me who
can stop my heart
as much as you,
Tell me all your secrets, and I'll
tell you most of mine,
They say nobody's perfect,
well, thats really true this time
I dont have the answers,
I dont have a plan
All I have is you,
So darling, help me understand
(What we do) - you can whisper in my ear
(Where we go) - who knows what happens after here
Let's take each other's hand as we jump
in to the Final Frontier
I'm mad about you baby,
Mad About You...


Comprei o box de DVD do Mad About You! 21 episódios para eu assistir quando estiver na fossa e ficar mais na fossa desejando ser o casal mais foda que já vi na ficção televisiva. Neuróticos, engraçados, auto-críticos, enrolados, problemáticos, complexados: tudo que eu queria ser quando crescesse.

Aguardem! Em breve, maratona Mad About You aqui em casa! Nem todos estão convidados (tão pensando o quê? Que minha casa é a casa da mãe Joana? Que cabe todo mundo aqui? Desentrosa, cambada de malandro!).

Depois tem mais poesia!

Wednesday, May 18, 2005

Esse nosso velho amigo, o tempo

Vou começar postando alguns poemas que escrevi nesses últimos cinco meses. Eu já fui "escrevedor" de poemas compulsório. Na adolescência, eu era perito em fazer poemas de amor totalmente piegas. Quando fiz a última faxina no meu quarto, joguei a grande maioria fora. Isso pra quem tinha umas cem páginas com poemas escritos. Ainda tenho em casa alguns mais aproveitáveis dessa época e outras coias que escrevi ao longo do tempo. Depois da universidade e do contato com alguns autores mais moderninhos, saí da pieguice e fui prum experimentalismo devaneante que produziu muita poema ruim. Só uns dois anos atrás eu consegui produzir algo que ainda hoje me dê orgulho. Mesmo assim, são muito poucos os que passam ilesos pela minha auto-crítica. Eu exijo muito de mim mesmo. Não me contento com pouco.

Esse nosso velho amigo, o tempo

O tempo, esse nosso velho amigo,
que nos embala, filhos a dormir,
pelo sono da vida afora,
só ele, o tempo,
é que pode nos dizer
com a voz acalentadora das mães
que será de nós.

O tempo, esse nosso velho amigo,
tão próximo que não ser pode tocado,
é quem nos ensina apaixonado
os caminhos da desilusão.

O tempo, esse nosso velho amigo,
que nunca deixará de ser
nosso eterno e amável carrasco.


Quando eu estiver com mais paciência eu faço a minha crítica ao poema...E tento explicá-lo também....

P.S.: O problema dos comentários foi resolvido, já podem comentar sem medo de ser feliz. Foi só fazer umas alterações nas definições aqui.

Monday, May 16, 2005

Plágio fundador

"de ilusão em ilusão
até a desilusão
é um passo sem solução
um abraço
um abismo
um
soluço
adeus a tudo que é bom

quem parece são não é
e os que não parecem são"

LUZ VERSUS LUZ, P. leminski: PLÁGIO fundador do De Ilusão em Ilusão.

Depois de uma revolução, depois de uma decepção, depois da esculhambação, chegou a hora da criação. Yeah, babe, minha vida dá sinal de ter se superado novamente: minha criatividade está voltando. Depois de uma tentativa frustrada de fazer um fotolog, eu finalmente me convenci de que minha criatividade plástica é extremamente limitada. E agora aqui estou, um pouquinho mais maduro e muito mais chato, dando início a mais um projeto.

Não tou nem um pouco afim de fazer um texto do tipo "Meu primeiro blog". Vou explicar o nome e depois começo a postar o que interessa. "De ilusão em ilusão até a desilusão" é uma frase que tem ecoado em mim depois das reviravoltas que minha vida deu recentemente. Deixei de acreditar piamente nos meus sentimentos, nas minhas palavras, nas minhas idéias, nas minhas ações. Em toda verdade, mora uma mentira. Em todo amor, reside um ódio. Mas nem por isso deixei de senti, de falar, de pensar e de agir. Vou "de ilusão em ilusão", um hedonista gozando cada mentira, cada verdade, cada amor, cada ódio. Ainda acredito num Sad (Sal) Paradise. Um dia ainda chego lá, onde ações, idéias, palavras e sentimentos ganharão novamente sentido. Lá, onde mora a desilusão.


triste paraíso
anjo e demônio
te persigo