Tô com saudade de poesia, depois de alguns anos de jejum talvez esteja na hora de voltar a ler um livro de poemas. Talvez o mais marcante, o mais bonito, o que ficou mais fundo em mim tenha sido "Poemas para brincar", do José Paulo Paes, lido primeiro na infância, depois novamente na adolescência (quando conheci a poesia "adulta" dele) e repetidamente sempre que encontro esse livro em casa. Luiz Maia ilustrou no tom certo esses poemas infantis que me divertem e me fazem feliz até hoje. O abecedário impossível ao final do livro é uma das minhas referências em termos de humor, entre tantos outros grandes poemas. Então, ficam aqui o "Convite" que abre o livro e, só pra arrematar, um do patrono desse site, Paulo Leminski, continuando com a vibe Desperado.
Convite (José Paulo Paes)
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
[Transar bem todas as ondas] (Paulo Leminski)
Transar bem todas as ondas
a Papai do Céu pertence,
fazer as luas redondas
ou me nascer paranaense.
A nós, gente, só foi dada
essa maldita capacidade,
transformar amor em nada.
1 comment:
E eu com saudades de escrever poesias... ê mania chata essa de conseguir rimar apenas sob efeito do Lexotan!
:**
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